Da série "Poesias do Cotidiano"
Toda cidade
tem seus segredos, ou um certo tipo de charme que se revela apenas para os muito
íntimos.
Ano passado
publiquei aqui no blog um post sobre os painéis de poesia da
Biblioteca Demonstrativa do INL, na 504/505 Sul.
Muita gente não conhecia.
Apesar de estarem lá há anos, à vista de todos,
as pessoas passam sem ver, de olho no relógio, no sinal de trânsito ou nos malabaristas
que se exibem na esquina.
Do outro
lado do prédio também existem painéis.
Estão na contra-mão do tráfego, impossíveis de serem lidos por quem
passa de carro. Privilégio de pedestres
atentos e - agora - dos freqüentadores do Seguindo Adiante.
(1)
(2)
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Para ajudar na leitura:
(1) -
Da alma do velho pássaro falecido ouvi teu canto rouco, manso.
Sol ardente / dor incendiante / resisti.
Num hai-kai de três asas / sem som de palavras / bem-te-vi.
Minha filha, mais sábio que viver um romance é lê-lo antes de deitar.
[n.e. Sábio conselho!]
[n.e. Sábio conselho!]
(2) -
A menina distante
As cigarras quentes de poeira dissolvem-se em estalos.
- Volto de olho firme ao verde para a derradeira manga.
Miragem
A luz escapa de escassas janelas
A super-quadra arfa sob estrelas diminutas
A madrugada desmorona
E a perfeição existe.
Que maravilha! ...amei a lírica
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