quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Bastidores (do grande negócio)

Luis Fernando Veríssimo (mesmo!)
Especula-se que a vinda do Sarkozy ao Brasil foi precedida de uma intensa negociação diplomática entre Brasil e França em torno de uma única dúvida: se a Carla Bruni viria ou não viria junto.

Quando o governo francês anunciou que ela definitivamente não viria, teria havido uma reunião de emergência no Planalto, com a participação do Itamaraty e dos ministros da Defesa e da Fazenda, quando ficara decidido que o Brasil concordaria em comprar helicópteros franceses, com a condição de que a Carla Bruni acompanhasse o marido.

O Sarkozy teria dito que infelizmente ela tinha um compromisso previamente marcado e não poderia vir. O governo brasileiro insistira: compraria, além dos helicópteros, 18 aviões, se a Carla Bruni também viesse.

A chancelaria francesa se desculpara: a senhora Sarkozy, infelizmente, não poderia atender ao convite. O Brasil então teria feito outra proposta: os helicópteros e mais 36 aviões.

A própria Carla Bruni escrevera um bilhete muito gentil ao Lula, agradecendo o carinho dos brasileiros, etc., mas reafirmando que, infelizmente, não poderia vir.

Nova reunião de emergência e nova oferta brasileira: os helicópteros, os 36 aviões e mais dois submarinos. Nova resposta francesa: infelizmente...

Então Lula autorizara a proposta final. O Brasil compraria os helicópteros, os 36 aviões e TRÊS submarinos, sendo um nuclear, e a França ainda poderia levar o que quisesse do pré-sal, com desconto, se a Carla Bruni viesse junto.

Aliás, se viesse a Carla Bruni, o Sarkozy nem precisava vir. O negócio estava fechado.

Os franceses aceitaram. Por isso grande foi a decepção quando a porta do avião se abriu e o Sarkozy apareceu sozinho. Depois ele explicou por que, à última hora, a mulher não pudera vir:

— Enxaqueca.

Mas aí ficaria chato o Brasil retirar sua oferta.

Claro que esta é apenas uma versão do que teria havido nos bastidores do grande negócio. Outra, menos verossímil, é que o Sarkozy é apenas um vendedor com muita sorte.


UM DIA
(Da série "Poesia numa hora destas?!")
Não esquente, não esquente:
um dia ainda vamos rir de tudo isto
histericamente.

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Do Blog do Noblat

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