domingo, 28 de junho de 2009

Tradições angolanas – Mitos e verdades sobre a água - 2


Lagoa do Feitiço
Foto: http://luisfernandoangola.blogspot.com


II – Lagoa do Feitiço no Uíge

Ainda no leste de Angola, entre os Tucôkwe da comunidade rural, a tradição proíbe as crianças e adolescentes de ir muito cedo (às manhãs) ou muito tarde ao rio (lwiji) e à lagoa (citende, lê-se tchitende), sobretudo se estiver a nevar. A razão dessa proibição é que “Samutambyeka”, uma figura mitológica monstruosa, mais alta do que os eucaliptos, temível pela população, bebe muita água nesses períodos e evita a presença de pessoas antes de ficar saciado. Enquanto bebe, sopra a partir da boca e das narinas um jacto de água que se transforma em nevoeiro.

O arco-íris (Cezangombe, lê-se tchezangombe) que normalmente aparece às tardes e quando está a chover, é utilizado para fazer entender às crianças e aos adolescentes a presença, nessa altura, do também chamado “Espírito perdido”, perto dos rios e lagoas.

“Samutambyeka” é coadjuvado por forças invisíveis conhecidas nessa comunidade como “yikixikixi” ou “espírito das águas”.



Do semanário O País, edição de 26/junho/2009
Mitologia da água, de Américo Kwononoka,
Diretor do Museu Nacionalde Antropologia.

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