“É crença corrente que da água surgem forças
extra-naturais que podem proporcionar a prosperidade, o desenvolvimento ou o infortúnio e a miséria, em conformidade com a atitude dos homens.”
I – Lago Dilolo no Moxico
Baseada na tradição local, era uma aldeia predominantemente de caçadores Luvale (população actualmente dedicada à pesca fluvial, lacustre e das famosas chanas do Leste), no município de Luacano, província do Moxico.
Certo dia, como de hábito, foram às grandes caçadas. Ao voltarem à aldeia, encontraram-na transformada em lagoa, onde se ouviam vozes e gritos humanos sem as próprias pessoas.
Informadas as outras aldeias vizinhas sobre o incidente extra-humano, os caçadores ficaram a saber que passara uma velha mulher quase moribunda, pedindo água e comida. Os aldeãos não a atenderam e de imediato ela transfigurou-se em sereia e, tendo amaldiçoado a aldeia, esta transformou-se em lagoa.
A tradição corrente aponta que actualmente, quando os pescadores atiram suas redes para pescar nessa lagoa, ouvem vozes dizendo:
“ao lançarem as vossas redes, devem deixar espaços para nós, pois também vivemos.”
Do semanário O País, edição de 26/junho/2009
- Mitologia da água, de Américo Kwononoka, Diretor do Museu Nacional de
Antropologia.
Miss Landmine - Moxico
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