Até onde me lembro, sempre gostei de carnaval.
Todos os anos ganhava o kit completo: uma fantasia, um saco de confetes, um pacote de serpentinas e uma bisnaga de lança-perfume. Das grandes, dourada, da Rhodia.
Naqueles tempos politicamente incorretos (bons tempos), a única recomendação era não mirar os olhos de ninguém.
A lança era para jogar nas pernas, nos decotes e nas costas das pessoas fantasiadas que encontrava nos bondes ou nos bailes.
Costumavam me levar à matinê do Fluminense. Íamos de bonde, lotado de odaliscas, oncinhas, balizas, clóvis e tiroleses. Foi nessa época que adotei o Tricolor.
O Salgueiro surgiu na minha vida quando ganhou o carnaval apresentando Isabel Valença - linda - vestida de Chica da Silva. Eu cresci, mas meus olhos continuaram brilhando e meu coração palpitando com a Bahia, com o Tengo-tengo e com a maconha que vinha lá do Ceará.
Ô lelê, ô lalá. Pega no ganzê, pega no ganzá.
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Não sei por quê, mas hoje bateu um saudosismo danado.
Bailarina do Lago dos Cisnes: minha primeira fantasia.
De caipira. No São João também tinha fantasia.
De vaqueira banguela. "Cow girl", como diziam.
De grega. Nessa época não tinha mais bonde.
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