quarta-feira, 26 de outubro de 2011

O Monastério Sumela




Não foi só a Hagia Sofia que nos levou até a região do Mar Negro.
Queríamos também  visitar o Monastério Sumela, situado a 53 km ao sul de Trabzon, encravado num rochedo a 1.200 metros de altitude,  no meio de uma reserva florestal.

Conta-se que no ano de 386 d.c. dois monges atenienses,  Sofrônio e Bernabé,  guiados pela Virgem Maria, foram incumbidos por ela de erigir ali uma ermida.  No início, os monges adaptaram cavernas naturais para servir de capela e moradia e numa delas instalaram um ícone da Virgem.  O ícone, cuja autoria era atribuída ao evangelista  São Lucas,  tornou-se um grande atrativo e aos poucos a fama do santuário foi se alastrando. Foram chegando peregrinos de toda a Anatólia e, com eles, donativos, riquezas, reconhecimento, prestigio, subsídios imperiais, privilégios e por aí vai.   

Durante 15 séculos o monastério foi referência na tradição ortodoxa cristã. Em 1923, em função da guerra greco-turca, os monges foram obrigados a abandonar o mosteiro e seus tesouros foram transferidos para outros locais.

Hoje o mosteiro é apenas uma atração turística, mas ainda mantém importância religiosa como pólo de peregrinação.  Em caráter de excepcionalidade o governo turco autorizou a realização de uma liturgia ortodoxa no dia 15 de agosto de 2010, em celebração à data da "Dormição de Maria".  Mas, ao que parece, a liberalidade parou por aí. 










O acesso ao Mosteiro  é feito à pé, por uma trilha de mais ou menos 1,5 km.  Alguns trechos são difíceis, como mostra a foto acima, mas não chegam a desanimar os visitantes.  [*]
A infra-estrutura de apoio é precária. Existe um banheiro público lá em cima, perto da bilheteria. A entrada custa 8 Liras Turcas.
Ao pé do morro alguns pequenos confortos: uma barraquinha vende milho cozido, grão de bico torrado e água mineral. Do lado, uma lojinha de souvenirs.  E só.

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[*] - As dificuldades de acesso não desanimam hoje, porque no Século IV a história era bem diferente. Um visitante de língua afiada concluiu que o Mosteiro só existe porque Sofrônio e Bernabé não conseguiram descer o morro e resolveram ficar lá por cima mesmo. 

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