O Grande acelerador de partículas subterrâneo construído entre a Suíça e a França está programado para voltar a funcionar na próxima quinta-feira. Trilhões de partículas atômicas viajarão à velocidade da luz, colidindo entre si, para simular as condições existentes logo após o big-bang, a explosão que deu origem ao universo. Os cientistas consideram a experiência essencial para que sejam desvendados os mistérios da criação da matéria e a origem de todas as coisas.
O primeiro teste do LHC (Grande Colisor de Hádrons) agitou a comunidade científica em setembro de 2008. A primeira tentativa foi bem sucedida, mas uma falha na conexão entre dois gigantescos ímãs forçou o desligamento do aparelho.
Na época desse primeiro teste, os jornais noticiaram também o temor de alguns pesquisadores de que as colisões de hádrons pudessem provocar a criação de um mini-buraco negro capaz de engolir a terra. Antes que o pânico se espalhasse, outros pesquisadores se apressaram em minimizar o risco, garantindo que “o máximo que poderia acontecer com o LHC seria o equipamento se quebrar e acabar soterrado sob a Europa.”
E de fato o LHC quebrou. Mas, antes de quebrar, cientistas conseguiram fazer com que as partículas atômicas dessem a volta completa no túnel circular de 27 quilômetros. Não sei a que conclusões chegaram.
O que sei - e todo mundo também sabe - é que setembro de 2008 não se tornou notório pela criação de matéria, mas pela destruição de riquezas. Foi logo depois do teste do LHC que o Lehman Brothers entrou em concordata e desencadeou a grande crise financeira que abalou a economia mundial. Um mega buraco-negro engoliu boa parte do PIB das nações e carregou junto a crença dos economistas liberais na capacidade de auto-regulamentação dos mercados financeiros globalizados.
Coincidência ou não, o fato é que vão acelerar o LHC de novo. E desde que a teoria do caos demonstrou que o bater das asas de uma borboleta num lugar pode provocar uma tormenta no extremo oposto do globo terrestre, me sinto no direito de me preocupar. Podem ser criados outros buracos-negros por aí, quem sabe?
Pelo sim, pelo não, bem que eu gostaria de poder interferir na seleção desses novos buracos-negros. Tenho algumas idéias ... certas ausências preencheriam grandes lacunas.
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