Da série "Entendeu ou quer que eu desenhe?"
Por Drauzio Varela
Por Drauzio Varela
“É preciso determinação psicológica para passar muitas horas examinando doentes. O que a pessoa enferma espera do médico não é apenas uma folha de receituário com os medicamentos prescritos, mas demonstrações inequívocas de que está diante de um profissional seguro, competente, compreensivo e solidário, empenhado em resolver seu caso e em ouvi-la sem nenhuma preocupação com o relógio, como se naquele momento não existisse ninguém mais importante no mundo.
Expectativas tão abrangentes são fáceis de frustrar: a menor distração, uma palavra mal-entendida, o ar de cansaço, a desqualificação de uma queixa irrelevante, qualquer manifestação de impaciência ou de pressa em encerrar a consulta são suficientes para destruir a confiança no profissional.
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A doença tem o dom de trazer a sensibilidade para a flor da pele. Os doentes estão sempre a perscrutar o que nos vai no espírito, não descuidam de um gesto, não desviam seus olhos dos nossos, o menor deslize ou intenção oculta captada subjetivamente pode por a perder tudo o que porventura fizermos.”
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